Sertaneja de MT faz sucesso declamando poesia de sua autoria - Veja Vídeo
Ruralista se orgulha da vida na roça, declama sua poesia: "Entre o Campo e a Cidade", e aborda atividades
Foto extraída das redes sociais
A produtora rural Angelita Patrícia Alves da Silva, que mora na Cidade de Colniza, região norte de MT, (1065 Km de Cuiabá), tem feito sucesso nas redes sociais com um poema de sua autoria com o título "Entre o Campo e a Cidade".
No vídeo que a sertaneja faz questão de declamar, ela fala sobre a honra de pertencer a roça, sua liberdade e sua alegria, e aborda as atividades entre o campo e a cidade.
"Não há nada nesse mundo, que seja mais gratificante.
do que por a semente na terra, e colher fruto abundante"
Fala também sobre as pessoas na cidade, que não valorizam o campo, ou conhecem a realidade:
"Vivem da modernidade, só ficam no whatsaap, no youtube ou facebook,
postando sei lá o que, querendo aparecer, querendo ter seguidor, pensa que isso tem valor"
Angelita que reside na comunidade rural de Capa Mansa, não vive da poesia que declama nas festas que acontecem na cidade e em cidades vizinhas, nem mesmo das músicas que compõe e canta ao acompanhamento de um violão, prática também muito bem executada pela sertaneja.
Pra se manter e criar seus filhos, ela desenvolve atividades tais como fabricar doces, produzir colorau, açafrão e farinha de inhame e babaçu.
Veja Vídeo
Entre o campo e a Cidade
Entre o campo e a cidade, prefiro a simplicidade.
Ser da roça é uma honra, aqui tenho liberdade.
aqui tenho alegria, onde sou feliz de verdade.
Não há nada nesse mundo, que seja mais gratificante.
do que por a semente na terra, e colher fruto abundante.
Ter na mesa só aquilo, que é fruto de mãos calejantes.
Aqui na roça tem fartura, aqui nós faz a mistura.
planta cresce e enfloresce, nós come a fruta madura.
Não usamos artifícios, aqui é Deus que segura.
É triste ver que tem gente, que não gosta aqui da roça,
e a roçada é diferente.
“Deus me livre do sol quente, isso não é trabalho de gente,
seis da roça é inocente, trabalha de sol a sol, pelo pão de cada dia,
isso é uma agonia, Deus me livre dessa fria”
Mas digo sem vacilar, aqui nosso Deus tem ar,
nós tem tempo pra ir na igreja, mesmo com toda peleja, nós para pra rezar.
Enquanto os que vivem da modernidade,
só ficam no whatsapp, no youtube ou facebook,
postando sei lá o que, querendo aparecer,
querendo ter seguidor, pensa que isso tem valor.
Não presta atenção na vida, só fica dando curtida,
em bobagem sem sentido, e não vê que ao seu lado,
tem irmãos nescessitados, implorando por comida, atenção e acolhida.
Entre o simples e o moderno, sou roceira e isso não nego,
não que queira elevar o meu ego, mais uma coisa eu digo:
Trabalhar na roça é doído, não é pra qualquer indivíduo,
ainda mais nos dias de hoje, com o avanço do progresso,
jovem não quer saber de roça não.
Só quer facilidade, quer tudo na mão,
por isso eu até tenho medo,
do receiro entrar em extinção.
Açafrão, Colorau e farinha de inhame, feitos por angelita.
Babaçu para extrair farinha
Doces, fabricação de Angelita.
Redação: Digoreste News