PT decide lançar candidatura de professora da Unemat ao governo

Em carta, citam massacre midiático, golpe contra o governo do povo, a prisão de Lula e as pré-candidaturas de homens brancos




Entre 20 Julho e 05 de agosto os partidos devem realizar suas convenções, lançar candidaturas e alianças, composições para o processo eleitoral que ocorre dia 07 de outubro. Os partidos articulam até esse período se lançam candidatos aos cargos majoritários ou se compõem com outras siglas, a chamada coligação. 

Em Mato Grosso, algumas siglas já dão sinal de candidatura própria, outras estão em fase de estudo, reuniões e articulações. Embora 3 nomes são dados como certos, os 3 também são incertos: O atual governador Pedro Taques, o senador Wellington Fagundes e o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes, ambos não declararam que são candidatos. 

Enquanto perdura esse é ou não é entre os 3 nomes que em teoria seriam os de maiores envergaduras, outros partidos tem buscado alternativas com nomes menos expressivos ou menos conhecido da população, mas como o jogo esse ano promete ser bem diferente em virtude dos últimos acontecimentos, todo mundo tem chance, inclusive aqueles que até então não provaram de desgaste.

Na semana que se passou, uma nova candidatura começou a ser desenhada por nove siglas que tenta emplacar o nome do empresário Reinaldo Morais (PSC), nada definido, mas que, segundo o que se propõe, não seria uma simples composição, visto que teriam nomes já conhecidos como o do ex-vice governador Carlos Fávaro e do senador José Medeiros na coligação. Os partidos que buscam esse projeto são: PSC, PSL, PODEMOS, AVANTE, PROS, DC, PMN, PHS e PRP.

Agora o PT que até então não havia se manifestado, decide lançar candidatura  própria ao governo, a professora Edna Luzia Almeida Sampaio, se apresentou para a militância petista e população em geral, através de uma carta onde conclama todos a lutar contra o que eles (PT) chamam de golpe (o impeachment de Dilma)  e falam em garantir um palanque para Lula no estado, confiantes que o ex-presidente que se encontra preso em Curitiba, consiga reverter a situação em que se encontra e venha a ser candidato nessas eleições.


Confira a carta emitida pela pré-candidata neste fim de semana:


Vivemos um Estado de Exceção. O golpe contra o governo do povo, representado pela primeira mulher Presidenta da República, além de misógino, foi o símbolo mais violento do ardil construído ao longo dos anos contra o governo popular. Entre os golpistas estão muitos daqueles que, mesmo cerrando fileiras na base de nosso governo, nunca representaram os interesses da classe trabalhadora.

O massacre midiático ao PT, a criminalização de nossas lideranças, a prisão de Lula revelam o desprezo de nossas elites por quaisquer limites civilizatórios na apropriação do Estado para os seus interesses. Por isso Lula é preso político, condenado sem provas num processo jurídico fraudulento.

As forças que se movem para consolidar o golpe contra a classe trabalhadora e a manutenção da prisão arbitrária de Lula, enfrentam a grandeza e a resistência do PT e do amplo campo de militantes sociais, intelectuais, artistas que denunciaram e produziram as condições de contraposição ao discurso dos veículos midiáticos comprometidos com o retrocesso. Esse movimento impediu os golpistas de consagrarem a vitória sobre nossa luta. O resultado é expresso nas pesquisas que revelam que metade da população acredita que houve golpe. Lula segue disparado na preferência do povo, sendo visto pela maioria dos eleitores como candidato que melhores condições têm de enfrentar a crise econômica brasileira.

Nesse quadro, é preciso ter consciência de que as eleições de 2018 pode ser a legitimação final do golpe, caso os golpistas consigam eleger maioria de seus representantes para os governos e casas legislativas. As forças populares precisam enfrentar e vencer eleitoralmente as candidaturas do golpe e assim reverter o retrocesso contra os direitos dos trabalhadores.

Como militante histórica do PT, forjada nas lutas cotidianas do sindicato, na Universidade, nos movimentos sociais e, tendo sido convocada por diversos dos companheiros que estão na mesma luta, resolvi colocar meu nome à disposição do meu partido para a pré-candidatura ao Governo do Estado de Mato Grosso.

Num quadro de pré-candidaturas de homens brancos, todos representantes dos interesses do agronegócio e sócios do golpe, o PT precisa garantir o palanque para Lula em Mato Grosso.

A indisponibilidade de lideranças caras como os companheiros Ságuas, Abicalil, Lúdio não pode significar ausência de protagonismo do PT no estado. O PT é feito de muitos braços na luta e, por isso me coloco com o apoio de ampla parcela do partido que anseia por candidatura própria. Vamos transformar estas eleições num grande movimento em favor da Democracia e de Liberdade para Lula. É preciso reagir, reconstruir nosso protagonismo, nossa capacidade de aglutinar o campo progressista, resistir ao golpe elegendo Lula Presidente!!

Assim, caso seja do entendimento do Diretório Estadual do PT acolher a candidatura de uma mulher negra, de 51 anos, servidora pública, professora da UNEMAT, militante e filiada ao PT desde os 20 anos de idade: estou pronta para assumir este desafio e sustentar o palanque de Lula em Mato Grosso como candidata a Governadora deste estado que é o lugar onde nasci, cresci e criei minha família.