Promissórias achadas em gabinete do Tribunal de Contas foram reconhecidas por Silval
Provas comprometem Conselheiros em recebimento de 53 Milhões de Reais provenientes de Propina.
Dificultou para os cinco Conselheiros do Tribunal de Contas afastados
O ex-governador Silval Barbosa reconheceu as promissórias encontradas no gabinete do conselheiro afastado, José Carlos Novelli. A declaração foi dada no último dia 17 de maio em novo depoimento ao Ministério Público Federal (MPF). Ele ratificou o que havia dito em sua delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado. Porém, Silval corrigiu os valores que tinha dito antes, que eram aproximadamente R$ 2,8 milhões e R$ 1,1 milhão.
Silval também retificou a declaração de que tinha feito uma pequena marca de caneta com a inscrição “TC”, significando Tribunal de Contas, sendo o “T” um ponto embaixo da letra T da inscrição “Tilibra” (no canto direito da nota promissória), e o “C” um ponto embaixo da letra C da inscrição “Corrente”, diz trecho do seu novo depoimento.
Segundo ele, não se recorda se também teria feito as marcas nos cheques emitidos aos conselheiros, que pertenciam ao empresário Genir Martelli, e que por isso teria solicitado que, em sua delação, constasse a expressão “salvo engano”.
O ex-governador também disse que a confusão se deu pela “complexidade dos fatos, pela quantidade dos títulos de crédito utilizados para pagamento da propina”.
Sílvio Cézar Corrêa também prestou depoimento junto ao MPF. O ex-chefe de gabinete de Silval reconheceu as duas promissórias e revelou como elas foram preenchidas. Ele disse que as promissórias foram preenchidas pela ex-assessora de Silval, Michelly Fernanda Melchert.
Na mesma data, a ex -assessora também declarou ao MPF que a letra que consta nas promissó- rias é sua e afirmou que preencheu diversas notas promissórias a pedido de Sílvio Corrêa.
Silval afirma, em sua delação, ter emitido 36 promissórias para Novelli. Segundo o ex-governador, Novelli teria o procurado para informar que os conselheiros estariam “contrariados” com as obras da Copa do Mundo e do MT Integrado, que asfaltava e recuperava rodovias estaduais.
“Ele (Novelli) criou uma série de obstáculos para pedir propina“, diz trecho da delação. Silval ainda conta que os conselheiros teriam exigido R$ 70 milhões para liberar e aprovar as obras, mas o valor final teria ficado em R$ 53 milhões, para serem pagos em 18 meses.
Com: Gazeta Digital