Mauro Mendes e Fábio Garcia - PRJ - Partido da recuperação judicial
O Grupo Engeglobal, da família do deputado Fábio Garcia (DEM), maior incentivador da candidatura de Mauro Mendes, culpa a Copa de 2014
Depoios de não concluir nenhuma obra da Copa assumida durante a gestão Silval, Grupo diz ter sofrido com "projetos mal-feitos"
Já era público que o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, entrou em recuperação judicial após mal gerir suas empresas, e desde o início do processo, 2015, não haver efetuado o pagamento de direitos trabalhistas a 812 pais de família. A dívida das sempresas de Mauro somaram o montante de 102.000.000,00 (Cento e dois milhões de reais)
Agora, o vencedor de diversas licitações relacionadas às obras da Copa do Mundo em Cuiabá, o Grupo Engeglobal ingressou na 1ª Vara Cível de Cuiabá com um pedido de recuperação judicial alegando desequilíbrio financeiro e prejuízos superiores a R$ 50 milhões.
"A solidez angariada com os longos anos de atividade, bem como o patrimônio e todo o know-how construído até então, não foram suficientes para afastar a crise econômico-financeira momentaneamente vivenciada", disse a empresa, em seu pedido.
Dirigido pelo empresário Robério Garcia (pai do deputado federal Fabio Garcia, do DEM), o grupo assumiu algumas das principais obras previstas na preparação de Cuiabá rumo ao evento da FIFA, em 2014.
Entre elas, a reforma e ampliação do Aeroporto Marechal Rondon, os dois Centros Oficiais de Treinamento (COTs) da UFMT e do Pari, além da revitalização do Córrego oito de Abril e implantação do coletor tronco. Nenhuma foi concluída até hoje.
Fundada há 38 anos pela família do ex-governador José Garcia Neto, a Engeglobal Construções Ltda. faz parte de um grupo que reúne a Global Energia Elétrica S/A; a Advanced Investimentos e Participações S/A; os Hotéis Global S/A; a Global Empreendimentos Turísticos e a Construtora e Empreendimentos Guaicurus Ltda.
"Projetos mal elaborados"
No pedido de recuperação judicial, a empresa se exime de culpa pelos atrasos e diz ter sido vítima de "projetos deficientes, inconsistentes e mal elaborados" que, ao longo da execução das obras, "abalaram a saúde da empresa".
"Diversos problemas e entraves foram enfrentados pelo Grupo Econômico durante a implantação e andamento das obras, que impactaram negativamente os custos dos serviços prestados e foram a causa principal do desequilíbrio econômico atualmente vivenciado", diz o pedido, em um trecho.
Além de problemas relacionados aos projetos, o grupo cita outros 14 fatores que causaram o desequilíbrio. O excesso de aditivos, por exemplo, que teria obrigado as empresas a "a executarem serviços não previstos quando da contratação".
O atraso nos pagamentos das medições também foi mencionado. "Um desses atrasos perdurou por quase 10 (dez) meses, e, assim mesmo, as obras não foram paralisadas, fato que gerou a inadimplência do grupo de encargos fiscais e previdenciários, que impediram o recebimento de recursos por serviços já prestados por conta das certidões positivas de débito", afirma.
A Engeglobal também cita a "falta de mão de obra qualificada e a supervalorização daquela disponível" como agravante.
"Assim, o Grupo Econômico chegou ao ponto de canalizar todos os recursos que as empresas tinham disponíveis exclusivamente para pagamento da folha de funcionários".
O conjunto de fatos negativos, segundo o grupo, encareceu as obras em 25% sobre o valor inicial orçado.
"[A situação] fez com que o Grupo buscasse capital de giro com empréstimo bancários de mais de R$ 45.000.000,00 (quarenta e cinco milhões), oferendo garantias reais próprias dos sócios, e financiamentos diretos com pessoas físicas e fornecedores de máquinas e equipamentos".
No pedido, o grupo lembra que gerou, nos últimos dez anos, mais de 8,5 mil empregos diretos, quatro mil terceirizados e 25,5 mil indiretos.
"Destarte, inobstante a crise momentânea que atravessam, em virtude das margens operacionais dos seus negócios, bem como pela qualidade e quantidade de seus ativos, não restam dúvidas acerca de sua viabilidade e capacidade de soerguimento, bastando, para tanto, que as dívidas negociadas em curto prazo sejam alongadas, ou ao menos suspensas pelo período necessário à implementação das estratégias de liquidez que serão oportunamente detalhadas no plano de recuperação judicial".
No sábado (23), às 9h, o grupo irá realizar uma assembleia geral extraordinária para debater sua "situação econômico-financeira". Foram convocados acionistas e, inclusive, "os interessados, herdeiros do espólio de Jose Garcia Neto e espólio de José Luiz de Borges Garcia".
O Digoreste News quer saber se a reeleição do deputado Fábio Garcia e a eleição de Mauro Mendes numa suposta candidatura ao governo do estado, seria tudo que os Democratas precisariam para a "Recuperação Econômica das suas empresas"
Com informações do Midianews