Taxa de juros menor da história. Bancos prometem reduzir também
A Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, caiu de 7% para 6,75% ao ano. O anúncio foi feito pelo Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central.
Este foi o 11º corte consecutivo na Selic. Agora ela tem o menor patamar registrado desde o início do regime de metas de inflação, em 1999. Também é a menor taxa de juros de toda a série histórica do BC, iniciada em 1986.
Isso pode ter uma pequena influência no tamanho do corte que os bancos farão nos juros do cheque especial e do cartão de crédito, que explodem na casa dos 300 por cento ao ano, cerca de 12 por cento ao mês.
Os bancos
Depois do anúncio do corte na Selic, os principais bancos do país correram para anunciar que também vão reduzir as taxas de juros cobradas no crédito para pessoas físicas e empresa.
Os comunicados de Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander foram divulgados à imprensa minutos após a decisão do Copom.
O Bradesco informou que vai “repassar o corte de 0,25 ponto porcentual da taxa Selic nas principais linhas de crédito de pessoa física e pessoa jurídica”, mas não deu mais detalhes sobre quais linhas serão alteradas e quais são as novas taxas.
Itaú
O Itaú Unibanco também disse que vai repassar “integralmente” a redução da Selic nas taxas nas linhas de crédito para pessoa física e jurídica. As novas taxas passam a valer a partir do dia 14.
Empréstimo pessoal: a taxa mínima passa de 1,48% para 1,37% ao mês.
O Itaú informou também que reduzirá os juros cobrados nos empréstimos para a compra de veículos e nas linhas de capital de giro para pequenas empresas. O banco não informou quais serão os novos valores cobrados.
O banco ressalta, no entanto, que a “composição das taxas cobradas aos consumidores leva em consideração diversos fatores além da taxa básica de juros, como garantias, perfis de risco dos clientes, prazo das operações, entre outros”.
Banco do Brasil
O Banco do Brasil alterou suas taxas de crédito para compra de veículos, empréstimos com imóvel ou veículo como garantia, entre outras linhas. As novas taxas entram em vigor a partir da próxima sexta-feira (9).
Fim do ciclo de cortes
No documento em que comunica a decisão de é encerrar o ciclo de redução da Selic.
“Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, o Comitê vê, neste momento, como mais adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”, diz o comunicado. A próxima reunião do Copom será em 21 de março.
Entretanto, o comitê ressalvou que possíveis mudanças no cenário econômico até esta data podem levar a um novo corte dos juros.
“Essa visão para a próxima reunião pode se alterar e levar a uma flexibilização monetária moderada adicional, caso haja mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos. O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”, diz o texto.
Entre os fatores que serão levados em consideração pelo Copom para tomar a decisão sobre um novo corte nos juros está “a continuidade das reformas e ajustes econômicos necessários na economia brasileira”, como a reforma da Previdência, que pode ter efeito negativo para a inflação.
“O Comitê enfatiza que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural”, diz o texto.
Outro fator é o mercado internacional, que tem passado por um período de volatilidade. O Copom afirmou que, por ora, “o cenário externo tem se mostrado favorável” para o controle da inflação brasileira.
“Isso tem contribuído até o momento para manter o apetite ao risco em relação a economias emergentes, apesar da volatilidade recente das condições financeiras nas economias avançadas”, diz.
Pouco depois do anúncio do BC, o presidente Michel Temer usou sua conta no Twitter para comemorar a decisão. De acordo com ele, a redução dos juros é um incentivo para investimentos e para a geração de empregos no país.
Apostas
A expectativa do mercado, colhida pelo Banco Central e divulgada no relatório Focus na segunda-feira, aponta para uma estabilidade dos juros a partir de agora.
Os analistas preveem que a Selic permanecerá em 6,75% ao ano até o fim de 2018, o que significaria o fim o ciclo contínuo de redução da taxa, iniciado em outubro de 2016.
Com informações do G1
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