Foras da lei abrem CPI contra Governo de MT. Veja quem são os santinhos

Veja o histórico comprometedor dos 16 deputados que assinaram CPI contra o Governador de MT

16 deputados de MT assinaram a abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a arrecadação dos recursos oriundos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), e também a ampliação dos referidos recursos, e dos recursos oriundos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

O que mais chama a atenção, é que durante os 3 anos que se passaram, não foi aprovado uma só CPI contra o Governador Pedro Taques, e num momento em que os deputados estão de recesso parlamentar, numa seção extraordinária que não era para se tratar do assunto, num só dia, 16 deputados assinaram pela abertura da CPI, baseados em denúncia do presidente da AMM, Neurilan Fraga que inclusive é irmão de um Deputado que assinou, (José Domingos Fraga), um dos maiores fixas sujas do atual parlamento. Neurilan que também se viu enrolado na justiça por supostos desvios em obras da sede Associação dos Municípios, conseguiu mudar o estatuto da entidade, dando a ele mesmo a possibilidade de ser Presidente sem ser Prefeito, fato inédito no país. Diga-se de passagem, Neurilan não criticava o governador enquanto seu irmão batalhava por uma indicação ao tribunal de contas do estado.

Além disso, uma dezena de deputados da gestão anterior que assinaram a abertura da CPI, estiveram no mandato anterior, e em momento algum cogitaram a abertura de investigações contra o ex-governador Silval Barbosa, que posteriormente, após ser preso, em delação premiada a Justiça, assumiu ter desviado (roubado) 1,03 bilhão de reais dos cofres públicos, aos olhos dos paladinos deputados.

Nas redes sociais, grande parte da população não digeriu o feito dessa terça feira (16), onde muitos internautas colocam em dúvidas a conduta dos deputados, há quem acredita até que tal feito se deu como pressão pelo fato do governador não ter conseguido fazer o repasse das emendas parlamentares aos santinhos de MT.

Veja quem são os 16 parlamentares e um pouquinho do histórico sobre seus passados e presente.

José Domingos Fraga

Foi filmado e mostrado em rede nacional recebendo propina. Depois, a PF encontrou no AP da ex mulher dele Ouro, pedras preciosas, arma de fogo, cheque no valor de R$ 250 mil, brincos, anéis e até comprimidos similares a ecstasy - além de um saquinho contendo pó branco.

Oscar Bezerra

Envolvido em denúncias de propina, Silval Barbosa (PMDB) disse que o deputado Oscar Bezerra (PSB) pediu R$ 15 milhões para não culpar ex-governador por irregularidades apuradas em CPI das obras da copa. A mulher dele, ex deputada Luciane Bezerra, foi gravada em filmagem escandalosa mostrado na imprensa nacional recebendo propina, enchendo a bolsa. O deputado Oscar foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de Mato Grosso por ter agredido o jornalista Maurílio Trindade, no dia 20 de setembro 2017, durante a inauguração da Escola Estadual Luíza Nunes Bezerra, localizada em Juara, a 690 km. A denúncia feita, é pelos crimes de lesão corporal leve e ameaça. A agrssão se deu simplesmente porque o Jornalista fez uma matéria dizendo que a Prefeita, esposa do deputado, colocou Juara na imprensa nacional.

Romoaldo Junior

Denunciado por ter utilizado contas bancárias de três empresas para “lavar” R$ 808 mil supostamente desviados da Assembleia Legislativa no ano de 2014. A informação foi dada em denúncia protocolada na Justiça pelo Ministério Público Estadual (MPE), relativa ao esquema investigado na Operação Ventríloquo. Romoaldo também foi delatado por Silval que afirmou que o Deputado e Eder Moraes receberam propina de empresas responsáveis por obras na Arena Pantanal, entre outras denúncias.

Mauro Savi

O delator Antonio Barbosa, irmão de Silval Barbosa, afirmou que recebeu cerca de R$ 710 mil em propina paga por empresa fornecedora de lacres para o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), ressaltando que a propina foi negociada pelo deputado Mauro Savi e seria dividida com o ex-chefe do Executivo. Em outra situação, ele e José Riva foram denunciados no MPE sob a acusação de terem fraudado o Sisflora (Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais) na Secretaria Estadual de Meio Ambiente, em valores aproximados de R$ 104 milhões.

Janaina Riva

Filha de José Riva, o homem com maior número de processos do país, e ex esposa do ex Vereador João Manoel (preso por corrupção praticada quando ainda era esposo da deputada). A Deputada foi delatada na Lava Jato, sua empresa recebeu propina, além de outros processos de corrupção, tais como o processo em que a ex assessora do seu pai, Marisol Castro Sodré, afirmou que Janaina Riva (PSD) recebia a quantia de R$ 4 mil mensais (oriundos de verbas de suprimento) sem ser funcionária da AL, quando o pai dela, o então deputado José Geraldo Riva, dirigia a “Casa de Leis” . O dinheiro era entregue a Janaina em envelopes amarelos. Também consta em processo do seu ex marido, João Emanuel, (preso) que a casa da deputada foi totalmente reformada com dinheiro roubado.

Silvano Amaral

Denunciado por participar de um esquema junto com Wagner Ramos para aprovar as contas do Silval. O deputado Romoaldo Júnior (PMDB), gravado supostamente pedindo propina dentro de um carro no estacionamento da Assembleia Legislativa, chama o deputado Silvano Amaral (PMDB) de “vagabundo”, por supostamente tentar extorquir o filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Rodrigo Barbosa. Segundo a gravação, Silvano teria pedido R$ 200 mil para votar a favor das contas de 2014 do Governo Silval.

Wancley Carvalho

Responde inquérito que apura crimes de peculato e contra a administração pública, aberto pelo ex Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, mesmo processo de propina em que os outros deputados foram envolvidos.

Valdir Barranco

Denunciado ao MP por falsidade ideológica, fez falsas promessas de liberação de terras para assentamento de mais de 100 famílias residentes em Cuiabá, tudo pelo voto. Valdir Mendes Baranco (PT) também é investigado pela Polícia Federal por compra de votos. O caso teria ocorrido no município de Itanhangá (a 523 Km da Capital) durante as eleições de 2014. As investigações estão sendo ministradas pela Procuradoria Regional Eleitoral de Mato Grosso, com sede em Cuiabá.

Allan Kardec

Investigado junto com Emanuel Pinheiro pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Eleitoral por suspeita de integrarem um esquema de enriquecimento ilícito e de compra de votos. Kardec também teria recebido R$ 77 mil das mãos de carlos Bezerra, por meio de montante de 500 mil entregue pela JBS ao presidente estadual do PMDB.

Guilherme Maluf

Denunciado em delação do Silval de ter comprado a eleição na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) por R$ 16 milhões. Guilherme Maluf (PSDB) também foi acusado por Silval Barbosa em delação premiada por ter recebido R$ 4 milhões em propina por intermediar a negociação para quitação das dívidas do MT Saúde - plano que atende aos servidores públicos - com os hospitais conveniados, em 2012.

Dilmar Dal Bosco

Foi acusado de receber R$ 200 mil em dinheiro vivo de um empresário do ramo de revenda de combustíveis a pedido de Silval Barbosa. O empresário conhecido por “Kaká”, de acordo com Silval Barbosa, é proprietário do Posto Bom Clima, na rotatória de acesso a rodovia MT-251, que ficou responsável pelo pagamento a Dilmar Dal’Bosco e teria se beneficiado da compra de óleo diesel, da Petrobras, por valores abaixo do mercado.

Baiano Filho

Mais um que aparece em vídeo enchendo a burra de dinheiro de propina e ainda reclama por não receber R$ 1,8 milhão da propina. Baiano Filho também já foi condenado por fraudes de R$ 415 mil em Fundo Estadual. A condenação por atos de improbidade administrativa ocorreu na época em que geriu o Fundo de Desenvolvimento Desportivo do Estado de Mato Grosso (FUNDED), entre os anos de 2004 a 2008.

Zeca Viana

Emboras proc arquivado, o deputado foi acusado de oferecer vale-combustível a eleitores do município de Nova Xavantina em troca de votos. Uma denúncia foi protocolada no MPE mostrando um caminhão da Prefeitura de Primavera do Leste fazendo serviço na residência do Deputado quando o irmão dele era Prefeito da cidade. A denúncia com o vídeo e fotos da referida ação foi encaminhado ao Ministério Público do estado do Mato Grosso. O deputado que possui diversas propriedades, caminhões e maquinários, além de funcionários, estaria usando estrutura do município com caminhão, combustível e funcionários, pagos com dinheiro público. Zeca foi um dos grandes entusiastas da campanha de Emanoel Pinheiro a prefeitura de Cuiabá. Fez campanha e rasgava longos elogios ao moço do paletó, amigos de longas datas.

Adalto de Freitas

A primeira esposa do deputado moveu ação por danos morais e lesão corporal contra o membro da AL-MT. Daltinho foi sentenciado ao pagamento de R$ 38 mil, de acordo com o Sisma. Adalto já teve condenação de prisão por injuria a uma ex-candidata de Barra do Garças, de agosto de 2016. O deputado também já teve indiciamento por crime ambiental de desmatamento para criação de gado, em suas duas propriedades rurais, uma em Barra do Garças, chamada Fazenda Reata, e outra no Xingu, chamada Fazenda Bela Manhã. Em outro caso, em depoimento, José Riva, confessou que Adalto entre ostros, recebia um "mensalinho" de 25 mil reais do governo do estado.

Wagner Ramos

Foi denunciado de ter cobrado R$ 10 milhões para livrar Silval de investigação. Após a prisão do ex-governador, em 2015, o membro da CPI, deputado Wagner Ramos (PSD) teria procurado o filho de Silval, o empresário Rodrigo Barbosa, pedindo a propina. O Jornal O Estado de São Paulo divulgou o vídeo em que Wagner aparece negociando o valor da propina com o filho do ex-governador. Além disso, Wagner Ramos também aparece na famosa lista de Silval, deputados que receberam 600 mil reais de propina.

Adriano Silva

O deputado Adriano Silva é réu por contratar empresas fantasmas na Unemat. Adriano passou à condição de réu por improbidade sob acusação de ter autorizado a contratação de empresas fantasmas pela Unemat (onde foi reitor), para prestação de serviços à instituição. O nome do deputado Adriano Silval também surgiu nas investigações da Operação Convescote deflagrada em junho para desarticular uma quadrilha montada dentro da Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe), que mantinha contratos com a Unemat, para desviar dinheiro de órgãos públicos.

Da redação Digoreste News

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