Romário detona Presidente do PSB Nacional

Negociações vergonhosas


O presidente do PSB, Carlos Siqueira, declarou à revista Veja que a minha única contribuição ao partido foi ter deixado a legenda. Pra cima de mim esse papo?

Carlos Siqueira nunca foi com a minha cara. Até aí, não tenho nenhum problema - nunca dei confiança a ele. Mas quando se usa a posição de presidente de um partido para falar uma mentira desse tamanho, me sinto na obrigação de responder.

Entrei na política pelo PSB, onde permaneci por sete anos. Fui eleito Deputado Federal em 2010 e Senador em 2014. Nessas duas campanhas, ajudei a eleger muitos vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais do PSB. Usei o meu prestígio e as minhas realizações como político para trazer bons candidatos ao partido e para ajudá-los a mostrar suas ideias à população. Subi morro, peguei estrada e gastei muita sola de sapato para que o partido conseguisse o melhor resultado de sua história no Rio de Janeiro.

Fui eleito com mais de quatro milhões e seiscentos mil votos, um recorde absoluto. Em sete anos no Congresso, propus e aprovei projetos de grande impacto. Na Câmara, fui presidente da Comissão de Turismo e Desporto, onde investigamos as irregularidades na construção dos estádios da Copa, o que está sendo comprovado agora. No Senado, fui presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, uma das mais importantes. Lá também fui presidente da CPI do Futebol, que até hoje traz ótimos resultados.

Isso é o que eu tenho pra mostrar. E qual foi mesmo a contribuição de Carlos Siqueira? Trocar a conversa franca e os compromissos assumidos olho no olho, como fazia Eduardo Campos, pela política de bastidor, onde nunca se sabe o que está valendo? Desagregar um partido até então unido e coerente como poucos? Negociar posições políticas que envergonhariam os fundadores do partido? Usar a Fundação João Mangabeira para dar emprego aos apadrinhados?

Carlos Siqueira é um burocrata que ninguém sabe quem é, que não tem voto, que vive de uma política velha, voltada para o partido e não para o povo. Que falta faz a liderança de Eduardo Campos!

Queria deixar claro que eu tenho e sempre tive uma relação muito boa com a verdadeira força do PSB: os parlamentares e prefeitos que trabalham para construir um Brasil melhor. São parcerias e amizades que vão continuar, mesmo estando em outro partido. O que eu não aceito é gente que quer impor suas vontades de forma autoritária. Quem me conhece, sabe que eu não fico calado.

Continuo acreditando que a boa política se faz com ideais firmes e trabalho duro. E principalmente, com vergonha na cara. Isso eu tenho de sobra, e quem tem não aceita ouvir essa conversinha mole. Pra cima de mim, não.

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