Alunos revoltam contra Greve Geral, e em carta, rebatem professores e acusam CUT
“O movimento é apenas uma manifestação da CUT e seus sindicatos afiliados em defesa de seus interesses e causas políticas, diz Sieeesp."
Um grupo de 13 alunos do Colégio Santa Cruz, em São Paulo, publicou uma carta aberta para rebater um manifesto divulgado pelos professores da escola em adesão à greve geral em protesto contra as propostas de reformas trabalhista e previdenciária do governo.
A carta, redigida por dois alunos do terceiro ano do ensino médio e assinada por outros 11 colegas, circula nas redes sociais e em grupos de mensagens. O manifesto do corpo docente da escola foi divulgado nas redes sociais na segunda-feira. O colégio divulgou uma nota informando que os professores decidiram em assembleia aderir à paralisação. "Apesar de não apoiarmos a decisão, resguardamos o direito constitucional à greve. Programaremos a reposição das atividades previstas para esse dia, em que as aulas serão suspensas."
Na carta aberta, endereçada aos professores, os alunos dizem que reconhecem "o direito à greve e à livre manifestação de ideias", mas que acreditam "que o posicionamento contra a reforma da Previdência seja profundamente equivocado".
Para eles, a decisão "passa ao largo das questões centrais envolvidas, apelando para noções generalistas de 'justiça social'. Pauta-se em um maniqueísmo exacerbado e parte, desde a primeira linha, do pressuposto de que as reformas são ruins para o País e, especialmente, para os mais pobres. Essa forma de pensar apenas simplifica e empobrece o debate", diz a carta.
Para os alunos, "ir contra a reforma da Previdência é também defender que um funcionário público continue recebendo em média três vezes mais que um trabalhador regular", e que "a média de aposentadoria no Judiciário, de R$ 25,7 mil, não seja alterada." afirma a carta atribuída aos alunos do Santa Cruz.
No documento, os alunos dizem ainda que a “a posição defendida pelos professores falha em apresentar embasamento técnico e econômico”. “Defender políticas públicas pautadas em ideais de ‘justiça’ e ‘defesa dos mais pobres’ é meio caminho andado para a irresponsabilidade fiscal. Essa irresponsabilidade fiscal, muito presente nos governos da ex-presidente Dilma, gera inflação, que pune majoritariamente os menos favorecidos.”
Para os professores, segundo a carta aberta que distribuíram, “as medidas propostas nos âmbitos do trabalho e da seguridade social irão acentuar sistemas já excludentes”. “Somente um projeto que torne a previdência social e a legislação trabalhista mais inclusivas e justas, que abrace aqueles que hoje se encontram sem qualquer proteção do Estado, poderá contar com apoio de quem quer diminuir a desigualdade no país”, disseram os docentes.
Em nota, o colégio informa que os professores decidiram em assembleia aderir à paralisação geral convocada para o dia 28. “Apesar de não apoiarmos a decisão, resguardamos o direito constitucional à greve. Programaremos a reposição das atividades previstas para esse dia, em que as aulas serão suspensas.”
Diferentemente de outras greves, professores de escolas particulares aderiram à paralisação geral de sexta-feira. Essa decisão surpreendeu pais de outras instituições, como o Colégio São Luiz.
Já o sindicato das escolas se diz a favor das reformas, que “devem ser implementadas para colaborar com o desenvolvimento do país”.
“O movimento é apenas uma manifestação da CUT e seus sindicatos afiliados em defesa de seus interesses e causas políticas. Os professores da rede particular de ensino que se posicionarem a favor do movimento poderão ter seu dia de trabalho descontado da folha de pagamento”, informa o Sieeesp em seu site.
O presidente da Sieeesp, Benjamin Ribeiro, finaliza o comunicado dizendo que um posicionamento contrário ao do sindicato fica sob responsabilidade dos estabelecimentos de ensino.
Fonte: Veja e Estado de São Paulo..
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